Para quê correr? No fundo, analisando bem a questão, somos todos irremediavelmente românticos. Desculpas dos falhados da vida. Daqueles que preferem ver "o andar da carruagem", porque assim está destinado.
A amálgama de lamas nojentas e pegajosas em que se torna a vida. Nos movimentos que fazemos, puxamos o ar como se milhões de teias nos impedissem. Lutamos contra inimigos sem rosto, muitas vezes sem nome, numa necessidade constante de empurrar algo, de carregar algo nas costas. E acabamos resignados, quase sofrendo de um transtorno obsessivo, que vai-se torneando nas formas da acalmia. Isto é designado por alguns como a serenidade da vida - que no fundo não é mais nem menos que uma profunda apatia.
Quantos sonhos ficaram para trás? Quantos objectivos, quantos êxtases sacrificados. Quantos sonhos guardo ainda na memória?
Quanta vontade guardo para continuar a sonhar? Quantos sonhos deixarei para trás por medo?...
Nenhum. Corre.
Para o meu pai
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2 comentários:
Olhar atentamente o mundo cinzento, fazendo arrepiar a mesmice geradora de identidades mornas, arrefecidas pelo tédio anestésico que nos seringa... ousado propósito! E como se tal não bastasse, a vontade declarada de pintar cada pensamento com o brilho da palavra alacroada, que através de alogismos aparentes reflectem (um)a VERDADE.
Parabéns!!
N
Aqui estou eu como prometido.
Românticos... todos o somos!
As tuas palavras entram na minha cabeça com luzes. A tua escrita cativa-me!
Parabéns, Inês!
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